Esses três livros formam a trilogia autobiográfica do Maksim Górki e podem ser comprados juntos numa caixa linda da Cosac Naify. Eu recomendo a leitura dos três livros em sequência, porque é mais lindo assim. ♥
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Infância, por Maksim Górki – tradução de Rubens Figueiredo
título original: Детство • Editora Cosac Naify
É o meu livro favorito dos três, talvez por se tratar de uma fase em que se é essencialmente inocente (e impressionável, e esperançoso, entre outras coisas no caso do Górki). Acompanhamos os dias do autor na cidade russa de Níjni-Novgórod, no final do século XIX, morando com os avós num ambiente humilde, cruel, violento e bonito ao mesmo tempo. A avó é uma figura quase mítica, uma espécie de representante – e difusora – das tradições russas. Eu choro litros gente, é sempre a mesma coisa.
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Ganhando meu pão, por Maksim Górki – tradução de Boris Schnaiderman
título original: В людях • Editora Cosac Naify
Nesse segundo livro a gente vê a paixão do jovem Górki pela leitura (uma prática rara e muitas vezes considerada supérflua, vazia e até perigosa nos círculos do autor) realmente tomar forma. As maiores dificuldades eram encontrar bons livros e tempo para se dedicar a eles, entre os seus muitos empregos: trabalhando numa loja de sapatos, como tripulante num barco a vapor e empregado numa oficina. Pra você olhar praquela sua pilha de livros não lidos e ficar com um pesinho na consciência.
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Minhas universidades, por Maksim Górki – tradução de Rubens Figueiredo
título original: Мои университеты • Editora Cosac Naify
O primeiro contato do autor com um ambiente intelectual rico e com escolas de pensamento típicas da Rússia pré-Revolução (comunismo, tolstoísmo e cristianismo, entre outras). Impossibilitado de estudar por sua origem e classe social, Górki encontra verdadeiras “universidades” em ambientes pouco convencionais, como a padaria em que trabalhava (e que servia pães para os estudantes revolucionários), prostíbulos e na convivência com os mujiques (camponeses russos pós regime socialista, teoricamente livres, mas que em muitos casos ainda trabalhavam em regime de servidão). Fechando a trilogia com chave de ouro.
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