Um Belo Verão (La belle saison, dir. Catherine Corsini, 2015)
Uma história de amor nos anos 70 entre Carole, uma professora de espanhol e militante feminista em Paris, e Delphine, filha de fazendeiros em Limousin, região rural da França. O coquetel de feminismo, liberação e ativismo político funciona muito bem na cidade grande, mas a dinâmica do casal muda radicalmente quando Delphine precisa voltar para o interior, para cuidar da fazenda da família depois que o seu pai tem um derrame. O filme é assustadoramente atual no que diz respeito a não-aceitação e ao preconceito contra a homossexualidade ~ o que me faz pensar que, na verdade, ainda somos uma grande comunidade rural vivendo no passado. #atéquando? Veja o trailer.
Frantz (dir. François Ozon, 2016)
No pós-I Guerra uma jovem alemã conhece um misterioso francês que visita o túmulo do seu noivo, morto em combate. Ele se apresenta como um velho amigo, do tempo que o soldado estudou em Paris, mas, aos poucos, percebemos que essa não é toda a história. Filmado em francês e em alemão, com bela fotografia em preto & branco (usando cor em algumas poucas cenas), o filme é um retrato de uma sociedade sofrendo de um trauma pós-guerra, com um enredo cheio de reviravoltas interessantes e surpreendentes. Inspirado no filme Broken Lullaby, de 1932. Veja o trailer.
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Insubstituível (Médecin de campagne, dir. Thomas Lilti, 2016)
Jean-Pierre é o médico de uma região rural na França, um profissional que todos amam e confiam. Quando descobre que está doente e que possivelmente precisará ser substituído, Jean-Pierre fica na dúvida se a novata doutora Nathalie vai dar conta do recado. Um filme cheio de sutilezas, que fala sobre a necessidade (e aponta a falta) de relacionamentos mais humanos e gentis entre médicos e pacientes. Não me surpreende que o diretor Thomas Lilti também seja médico (ele começou a fazer curta-metragens na mesma época que estudava medicina). O elenco principal ~ François Cluzet e Marianne Denicourt estão ótimos ~ e o excelente elenco de apoio ajudam a deixar o filme ainda mais bonito e realista. Veja o trailer.
A Garota Desconhecida (La fille inconnue, dir. Jean-Pierre Dardenne & Luc Dardenne, 2016)
Uma jovem médica fica obcecada em descobrir a identidade de uma mulher, que morreu após procurar abrigo em seu consultório (e ela ter recusado recebê-la depois do seu horário de trabalho). Como outros filmes da dupla, o filme é hiper-realista e permeado por questões de consciência social e política: imigração, desequilíbrio econômico, solidão e culpa. No final das contas, os personagens precisam enfrentar escolhas morais e decidir se assumem ou não a responsabilidade por seus atos. Destaque para Adèle Haenel, numa performance delicada e contida (já tinha gostado dela no simpático Les combattants, de 2014). Veja o trailer.
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