1. Rua do Odéon, por Adrienne Monnier – tradução de Júlio Castañon Guimarães
240 páginas • título original: Rue de l’Odéon • Autêntica
Adrienne Monnier foi a livreira que criou e comandou a Maison des Amis des Livres, entre 1915 e 1951, na Rue de l’Odéon em Paris (a mesma rua da Shakespeare & Company, da norte-americana Sylvia Beach, sua grande amiga/companheira). A livraria era uma espécie de ponto de encontro de escritores, poetas e intelectuais – e também funcionava como gabinete de leitura e de empréstimo de livros (foi a primeira biblioteca de empréstimos da França). O livro reúne textos de Adrienne sobre o seu amor pelos livros, suas lembranças e sua vida de livreira. Uma delícia de ler. Reunidos, os textos acabam formando um relato curioso e afetuoso da livraria e de alguns dos seus célebres frequentadores, como Rilke, Hemingway e Walter Benjamin. Uma belíssima homenagem à literatura.
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2. Esperando Bojangles, por Olivier Bourdeaut – tradução de Rosa Freire d’Aguiar
128 páginas • título original: En Attendant Bojangles • Autêntica
Uma casa pouco convencional, onde só existe lugar para o prazer, para a fantasia e para a festa. A figura central do romance é a mãe, que arrasta o marido e o filho no seu turbilhão de poesia e sonho. A história é narrada, em parte, pelo filho, que só começa a perceber algo de errado no comportamento extravagante da mãe quando ela é internada numa clínica psiquiátrica. A narrativa do pai se dá através dos seus cadernos de anotações, onde ele registrou toda a vida da família, como num romance. Que livro delicado, leve e bonito! E que maneira graciosa de retratar a loucura e o amor (em suas muitas nuances). O livro recebeu os cinco principais prêmios literários da França e permaneceu na lista dos mais vendidos por mais de 50 semanas. Um sucesso estrondoso, merecido demais.
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3. As Altas Montanhas de Portugal, por Yann Martel – tradução de Marcelo Pen
312 páginas • título original: The high mountains of Portugal • Tordesilhas
Três histórias, separadas por décadas no tempo, conectadas pela dor do luto de seus personagens. A princípio as histórias parecem ser independentes, mas aos poucos elas se relevam interligadas de maneira inesperada e fantástica. Na primeira parte, em Lisboa, o jovem Tomás, assombrado por uma tragédia familiar, se lança numa aventura em busca de uma relíquia que promete abalar a Igreja Católica. Na segunda parte, o médico patologista Eusébio Loroza, em plantão no hospital da cidade de Bragança, recebe a visita de duas Marias: sua esposa teóloga e fã de Agatha Christie e uma senhora idosa, que solicita uma inusitada autópsia do marido, que carrega numa mala. Na terceira parte, o senador canadense Peter Tovy, recém viúvo, se encanta com um carismático chimpanzé e decide viver com ele nas Altas Montanhas de Portugal, na aldeia rural onde nasceram os seus pais. O ponto alto do romance está nas imprevistas conexões entre as histórias, todas elas com grandes doses de tragédia, humor e realismo fantástico. Surpreendente.
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4. Tchick, por Wolfgang Herrndorf – tradução de Claudia Abeling
232 páginas • título original: Tschick • Tordesilhas
As férias de verão de Maik Klingenberg prometiam ser um verdadeiro tédio ~ até Tchick, o garoto mais esquisito da sua turma aparecer na sua porta com um velho Lada roubado e o convencer a viajar com ele até a Valáquia (que, by the way, nenhum dos dois sabe onde fica exatamente). Eu fiz o caminho inverso e assisti a adaptação para o cinema primeiro, o ultra-simpático Tschick, do Fatih Akin (assistam!). O livro é um romance juvenil de descobertas e amizade, uma road trip pela Alemanha cheia de personagens curiosos e cativantes. Uma leitura deliciosa (e olha que eu nem curto YA hein?), super bem humorada e um pouquinho triste. Recomendo.
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