A Vilã (Ak-Nyeo, dir. Byung-gil Jung, 2017)
Sook-hee foi treinada desde pequena para se tornar uma assassina sanguinária. Após a morte de seu mentor, ela ganha a chance de começar uma nova vida na Coréia do Sul como agente do governo, disfarçada de atriz de teatro. Lutando para se adaptar a sua nova vida, Sook-hee começa a descobrir segredos sobre o seu passado e a buscar vingança com as próprias mãos. A tríade clássica de grande parte dos filmes de ação: vingância, violência e artes marciais, elevada a máxima potência. Se você curte o gênero, definitivamente vale a pena conferir. O filme não se destaca pela engenhosidade do roteiro, a maioria dos plot-twists são bastante evidentes desde o começo (e ele nem se propõe a isso, sejamos honestos). A frenética sequência de abertura me lembrou o russo Hardcore Henry, filme de ação experimental em primeira pessoa, sucesso absoluto entre a geração gamer (eu fiquei um pouco tonta, confesso). Veja o trailer.
Ninguém Está Olhando (Nadie nos mira, dir. Julia Solomonoff, 2017)
Nico é um jovem ator argentino tentando construir uma carreira nos EUA, mas que esbarra em uma série de dificuldades, comuns a muitos imigrantes. Loiro demais para interpretar papéis latinos e com um sotaque carregado demais para interpretar qualquer outro papel, Nico acaba sobrevivendo de bicos e trabalhando como baby-sitter, enquanto busca novas oportunidades e chances de sucesso. O filme aborda brilhantemente o sentimento de frustração e de não-pertencimento a um lugar, evidenciado na natureza auto-destrutiva do personagem principal. Ao mesmo tempo, Nico luta para redefinir sua identidade longe de casa e para provar a todos que está bem, apesar da realidade dura e impiedosa. Gostei muito. Veja o trailer.
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Human Flow: Não Existe Lar se Não Há Para Onde Ir (Human Flow, dir. Ai Weiwei, 2017)
Exploração detalhada e dolorosa do cineasta e artista chinês Ai Weiwei sobre a crise global dos refugiados. O documentário reflete o trabalho do artista como ativista social e mostra o movimento de migração humana maciça pós Segunda Guerra Mundial: mais de 65 milhões de pessoas em todo mundo, forçadas a sair de suas casas para escapar da fome, de mudanças climáticas e da guerra. Impossível não se sentir sensibilizado, tocado e impressionado, não só com a magnitude desse deslocamento humano, mas com as histórias individuais, marcadas pela busca desesperada por segurança, abrigo e justiça. Urgente e necessário, assistam! Veja o trailer.
A Trama (L’atelier, dir. Laurent Cantet, 2017)
Um grupo de jovens é selecionado para participar de um workshop e escrever um romance policial em conjunto, sob a orientação de uma autora renomada. Durante o processo, Antoine se destaca, mostrando um posicionamento provocativo e agressivo, não só em relação à história, mas também em relação aos colegas e à mentora. O filme aborda o nascimento e desenvolvimento de ideais extremistas e mostra que as palavras podem ser tão poderosas (e perigosas) quanto as armas. É também um drama psicológico entre dois personagens fortes – a escritora e o pupilo – ambos interpretados de maneira intensa pelos seus protagonistas. Do mesmo diretor do ótimo Entre os Muros da Escola, recomendo demais os dois filmes. Veja o trailer.
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