Depois Daquela Montanha (The Mountain Between Us, dir. Hany Abu-Assad, 2017)
Isolados numa montanha gelada após um acidente aéreo, dois estranhos precisam unir forças para sobreviver. Quando percebem que a ajuda não está chegando, decidem se arriscar numa jornada a pé pela neve. Eu me senti enganada, uma vez que o filme está sendo vendido como uma “jornada de sobrevivência na neve” MAS, na verdade, apenas usa esse cenário como pano de fundo para um romance bem previsível e sem graça. O “casal” magicamente supera todas as adversidades sem muito esforço e nada parece afetá-los: caminham com neve até a cintura com costelas quebradas e uma fratura grave na perna, por exemplo. Eu já estava entediada na primeira metade do filme. O filme é baseado no romance homônimo de Charles Martin (que eu não li e não lerei), mas a grande decepção para mim foi saber que o filme foi dirigido pelo Hany Abu-Assad, que nos presenteou com o maravilhoso Paradise Now em 2005. Surreal. Veja o trailer.
Deserto (Desierto, dir. Jonás Cuarón, 2015)
Um grupo de pessoas tenta atravessar a pé a fronteira do México para os Estados Unidos quando se depara com um homem solitário e racista, que patrulha a região por conta própria e se diverte caçando imigrantes ilegais. Lançado antes da eleição de Trump, o filme (ou o personagem do auto-proclamado vigilante) é uma versão extrema do seu discurso de ódio, inacreditavelmente cada vez mais popular no mundo todo. E justamente por tratar de um tema tão atual e socialmente relevante, acho que o filme pecou pela falta de profundidade dos personagens. Sem dúvida um desperdício de possibilidades narrativas. Resta um thriller de ação/perseguição com soluções um tanto fracas e bem pouco originais. Esperava muito mais. Veja o trailer.
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Invisível (Invisible, dir. Pablo Giorgelli, 2017)
Ely tem 17 anos e vive com a mãe no bairro da Boca em Buenos Aires. Seu mundo colapsa quando descobre que está grávida de Raúl, um homem bem mais velho (e casado), dono do Pet Shop onde trabalha. O filme acompanha a rotina da adolescente enquanto ela decide o que fazer a respeito da gravidez ~ uma decisão que se torna ainda mais complicada, já que o aborto é ilegal na Argentina. Ely não é apenas o retrato da vulnerabilidade e do desamparo social, ela é também uma vítima (como tantas na Argentina, no Brasil e pelo mundo afora) de políticas que oprimem e criminalizam, retirando o poder de decisão das mulheres a respeito do seu próprio corpo. Mora Arenillas incrível como Ely. Assistam. Veja o trailer.
Terra Selvagem (Wind River, dir. Taylor Sheridan, 2017)
Uma agente novata do FBI se une a um caçador/rastreador local para investigar a morte de uma jovem nativa-americana na remota Reserva Indígena Wind River. Um thriller de suspense, cheio de climões interessantes e com um rico pano de fundo de denúncia social. Não sei se rolou inspiração, mas achei BEM o clima de um Nordic Noir, então se você curte esse gênero, pode apostar sem medo. Dirigido e escrito pelo mesmo roteirista de Sicario e do ótimo A Qualquer Custo (que também aborda de maneira brilhante a questão indígena, embora não seja o tema principal). Gostei muito. Veja o trailer.
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