Dupla Explosiva (The Hitman’s Bodyguard, dir. Patrick Hughes, 2017)
Um guarda-costas de elite descobre que o seu novo cliente é um assassino de aluguel, com quem ele costumava se estranhar no passado. Os dois têm apenas algumas horas para viajar de Londres para Amsterdam, enquanto são perseguidos por agentes de um ditador do Leste Europeu. Um típico filme de ação, mas com uma pegada de humor forte, imagino que para contrabalancear o roteiro bem previsível. Acho que é pedir demais do expectador acreditar num Samuel L. Jackson septuagenário saltando de um prédio com um tiro na perna (e outras peripécias). Mas talvez seja EU que esteja exigindo coerência demais desse tipo de filme. A maior decepção, no entanto, foi um Gary Oldman SUPER mal aproveitado, com pouquíssimas cenas relevantes. Uma pena. Veja o trailer.
O Jantar (The Dinner, dir. Oren Moverman, 2017)
Dois casais se reúnem para jantar e discutir sobre o futuro de seus dois filhos adolescentes, que cometeram um ato terrível. Ou: como estragar uma história inteligente e fora-da-caixinha com um roteiro moralista e americanoide. O filme é baseado no livro de mesmo nome do Herman Koch, cuja adaptação holandesa para o cinema é infinitamente superior, conseguindo captar o clima subversivo e sarcástico da história e dos personagens. Essa versão americana é excessivamente – e lamentavelmente – focada na violência e na demonização da doença mental (e parece que o Koch também odiou essa adaptação). Alguém me explica toda aquela palhaçada desnecessária sobre Gettysburg? Surreal. Mini-resenha do livro (que é ótimo) aqui. Veja o trailer.
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Rifle (dir. Davi Pretto, 2016)
Dione é um jovem que mora numa região rural e remota no sul do Brasil. Quando um fazendeiro rico tenta comprar a propriedade que ele vive, Dione decide permanecer no campo e defender o seu território. O filme carrega a tensão (e a violência) do seu tema central: o confronto entre pequenos proprietários rurais e o capitalismo expansionista, que os força a perseguir uma vida urbana indesejada e massacrante. Os personagens são interpretados por moradores reais da região de Vacaíqua, um pequeno povoado com menos de 30 casas, perto da fronteira com o Uruguai. No filme, Dione representa a resistência e o embate contra o agronegócio, numa narrativa repleta de silêncios e angústias. Fiquei bem impressionada. Veja o trailer.
Lady Macbeth (dir. William Oldroyd, 2016)
Katherine vive sufocada em um casamento de conveniência, sem amor e sem liberdade. É só depois que ela inicia um relacionamento extra-conjugal com um jovem que trabalha para o seu marido que ela descobre uma força dentro de si, um desejo de rebelião que vai mudar a vida de todos ao seu redor, com consequências desastrosas. Um filme pesado e sombrio, ambientado na Inglaterra rural do século 19, um mundo dominado por homens e particularmente terrível para as mulheres. À primeira vista a história parece centrada na questão de gênero, mas à medida que a trama avança percebemos que ela é (também) sobre classe e sobre poder. Destaque para a performance hipnotizante da protagonista Florence Pugh e para a fotografia belíssima (a quase-ausência de trilha-sonora também é positivamente impactante). Livremente baseado no romance russo do Século 19 Lady Macbeth of Mtsensk, de Nikolai Leskov. Mais para thriller de suspense do que para drama de época. Veja o trailer.
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