1. O Mundo Perdido, por Michael Crichton – tradução de Marcia Men
título original: The lost world • Aleph
Seis anos depois dos acontecimentos terríveis no Jurassic Park, animais “exóticos” começam a aparecer no litoral da Costa Rica. O matemático Ian Malcolm e uma equipe de cientistas partem para explorar uma nova ilha, uma espécie de laboratório natural onde os dinossauros foram efetivamente criados. Esse segundo livro também é uma mistura de teorias científicas a respeito da extinção com uma aventura veloz de tirar o fôlego. Divertido demais. O consenso é que o primeiro livro é melhor, mas gostei especialmente de ver duas personagens femininas tão fortes e determinantes para a evolução da história dessa vez (a bióloga de campo Sarah Harding e a estudante Kelly Curtis). Manda mais Girl Power que tá pouco! ;)
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2. Os Invernos da Ilha, por Rodrigo Duarte Garcia
Record
Florian Links está à procura de exílio e paz. Ele desembarca num mosteiro, numa ilha isolada, fria e hostil na costa chilena, onde reencontra um amigo de infância e conhece um professor, envolvido na tradução de um diário de piratas holandeses do século XVI. Dividido entre a rotina monástica e a vida mundana, Florian precisa decidir o que é mais importante: a busca por si mesmo ou a busca por um tesouro perdido. O livro alterna passagens da vida na ilha com trechos do diário-pirata, instigando o leitor a querer desvendar os mistérios junto com os personagens. Mas confesso que me envolvi mais na primeira parte do livro, mais melancólica e introspectiva, do que quando a aventura efetivamente começou. Sinto que a introdução dos personagens Viviana e Jorge deu uma infantilizada na história e alguns acontecimentos surreais durante a busca ao tesouro foram um tiquinho “realismo fantástico” demais para o meu gosto. Mas é um romance de estreia bem interessante ~ curiosa para ver o que o autor vai lançar em seguida.
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3. Múltipla Escolha, por Alejandro Zambra – tradução de Miguel Del Castillo
título original: Facsímil • TusQuets
Baseado na estrutura da Prova de Aptidão Verbal aplicada de 1966 a 2002 aos candidatos a vagas em universidades no Chile, Zambra constrói uma narrativa inclassificável e genial. O livro é uma prova de múltipla escolha com 90 questões, onde o autor passeia por temas como a relação entre pais e filhos, a desigualdade, a educação (e o sistema escolar) e a ditadura militar no Chile, entre outros. A estrutura brinca com a ilusão de uma resposta única e correta aos problemas da vida, um reducionismo extremo e perigoso, que limita o pensamento próprio (alô Pinochet!). Um livro cheio de humor, delicadeza e uma certa tristeza. Fiquei impressionadíssima e quero ler mais Zambra (dizem que o “Formas de Voltar para Casa” é excelente).
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4. Tarântula, por Bob Dylan – tradução de Rogério W. Galindo
título original: Tarantula • TusQuets
Tarântula não é necessariamente um livro, é uma espécie de extensão do trabalho de Bob Dylan, um volume de difícil definição e que, provavelmente você vai: gostar, caso esteja tenha simpatia e admiração pelo universo artístico do autor/compositor – ou achar estranhíssimo, caso contrário. Com uma estrutura irregular, que alterna prosa poética e poemas em verso, a coleção de textos é pura vanguarda. Escrito na primeira metade dos anos 60 e editado pela primeira vez em 1971 (depois de muitas cópias piratas circularem nos EUA), o livro possui um teor profundamente crítico e subversivo, amarrado numa narrativa intrincada e, definitivamente, desafiadora. Recomendo dar uma folheada antes de comprar ~ para não se decepcionar e acabar engrossando o coro dos que não aprovaram o seu Prêmio Nobel de Literatura no ano passado. ;)
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