Julho Agosto (Juillet août, dir. Diastème, 2016)
Duas irmãs, Laura de 14 anos e Joséphine de 18, se dividem nas férias: passam o mês de julho com a mãe e o mês de agosto com o pai. Durante esse período ambas passam por descobertas e aventuras, ao mesmo tempo que percebem que seus pais têm seus próprios segredos e conflitos. Um filme família, leve e simpático, que me deixou com saudades dessa época maravilhosa, cheia de experiências formativas (e pouca responsabilidade) chamada juventude. O filme também é retrato amoroso e realista de uma relação entre irmãs, muitas vezes conturbada, mas sempre cheia de cumplicidade. Veja o trailer.
Nocturama (dir. Bertrand Bonello, 2016)
Um grupo de jovens planeja e executa uma série de ataques com bombas em Paris, antes de se refugiar durante a noite dentro de um shopping center de luxo. A premissa (e o trailer) pareciam promissores, mas confesso que senti falta de um pouco mais de contextualização sobre a motivação dos ataques. Os personagens me pareceram emocionalmente desconectados uns dos outros e pouco entusiasmados com a causa (e as consequências dos seus atos). Usar a loja de departamento de luxo como metáfora do capitalismo consumista também me pareceu um pouco óbvio e nada inspirado. A melhor definição que eu li sobre o filme veio do The Guardian: E se o John Hughes fizesse um filme de recrutamento para o Isis?. Veja o trailer.
♥
O Baile dos Bombeiros (Horí, má panenko, dir. Milos Forman, 1967)
O departamento de bombeiros de uma pequena cidade está preparando um grande baile em comemoração ao 86° aniversário do seu ex-chefe aposentado, mas as coisas não saem como planejado ~ incluindo um concurso de beleza caótico e uma loteria cujos prêmios vão misteriosamente desaparecendo pouco a pouco. O filme pode ser visto como um comentário sutil sobre o caos do governo comunista na Tchecoslováquia (e foi inclusive banido no país na época), mas é acima de tudo um tratado sobre as fraquezas humanas. Forman trabalhou com não-atores, adicionando uma camada de naturalidade a um roteiro hilário e levemente melancólico. Maravilhoso. Veja um trecho.
Os Pobres Diabos (dir. Rosemberg Cariry, 2013)
A luta cotidiana pela sobrevivência do Gran Circo Teatro Americano, uma companhia mambembe e muito pobre, que perambula por pequenas cidades do sertão nordestino até armar sua tenda em Aracati, no Ceará. O filme é bem sucedido em retratar a realidade dura do artista popular, suas pequenas tragédias diárias e o desejo de levar o espetáculo para o seu público (mesmo em condições precárias e adversas). O enredo é propositalmente recheado de clichês circences, que transbordam para a vida pessoal dos personagens ~ o palhaço “ladrão de mulher” por exemplo, que vive correndo atrás de mulheres comprometidas. No geral, achei que o esforço de interpretação dos atores superou o roteiro, um tiquinho fraco. Destaque para Gero Camilo e Chico Diaz, sempre ótimos. Veja o trailer.
♥
Qual foi o último filme bacana que você assistiu?
Deixe a sua dica nos comentários. :)