Corra! (Get Out, dir. Jordan Peele, 2017)
Um jovem negro vai passar o final de semana na casa dos pais da namorada branca, numa propriedade isolada na floresta. Em pouco tempo, o ambiente amigável começa a dar lugar a experiências perturbadoras e macabras. O filme é, claramente, uma sátira social do racismo. A história, muito louca e fantástica (e, vamos falar a verdade, com um desenrolar bem previsível) é, na verdade, uma sensacional analogia contemporânea da apropriação cultural e marginalização. E é bem divertida também, ainda que eu não estivesse esperando um final tão catártico e violento (que, aliás, acho que fez total sentido). Veja o trailer.
Ao Cair da Noite (It Comes at Night, dir. Trey Edward Shults, 2017)
Isolados dentro de uma casa no meio da floresta, evitando uma epidemia que ameaça o mundo, uma família tem a sua segurança abalada quando acolhe desconhecidos em busca de refúgio. Apesar do clima frenético do trailer, o filme é uma narrativa lenta sobre paranóia e desconfiança. Se você curte levar mil sustos a cada segundo, esse filme NÃO é para você. O clima é sombrio, de constante tensão e o terror é mais psicológico do que explícito. A fotografia também ajuda, com excelentes takes claustrofóbicos dentro da casa, em contraste com imagens mais abertas, explorando a iluminação “natural” da floresta. Para assistir no cinema ~ ou em casa, com todas as luzes apagadas. Eu, que normalmente não sou fã do gênero, gostei muito (interpretem como quiserem). Veja o trailer.
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A Garota Ocidental (Noces, dir. Stephan Streker, 2016)
Zahira tem 18 anos, idade-limite para escolher um marido de acordo com a tradição paquistanesa de sua família. Dividida entre o estilo de vida ocidental e as expectativas familiares ultra-tradicionais, a jovem tem no irmão um confidente, que tenta ajudá-la a tomar uma decisão definitiva. O tema é forte e claro que eu, sendo uma “garota ocidental”, tendo a puxar a sardinha para o time da livre escolha e da liberdade de divergir, sempre. Mas é mesmo MUITO difícil defender uma cultura que prioriza as aparências, ainda que acompanhadas de um sofrimento intenso. Fiquei com vontade de gritar o filme inteiro. Muito bom, assistam. Veja o trailer.
Paris Pode Esperar (Paris Can Wait, dir. Eleanor Coppola, 2016)
Anne decide impulsivamente pegar uma carona de Cannes até Paris com um sócio francês do seu marido, um bem-sucedido, porém ausente produtor de cinema. O que era para ser uma viagem de apenas 7 horas se desdobra numa jornada pelo interior da França com um parceiro charmoso e espontâneo, o exato oposto do seu marido. O filme foi inspirado numa situação real que aconteceu com a diretora, esposa do cineasta Francis Ford Coppola, em 2009. A coisa toda me pareceu constrangedoramente sem sentido, uma espécie de “rich white people road trip“. A química ZERO entre os dois atores/personagens principais foi um problema para mim. Assim como a inserção de um elemento “emocionante” para gerar empatia, totalmente desnecessário. Clima geral datado e careta ~ e possivelmente o beijo mais sem graça da história do cinema. Veja o trailer.
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Qual foi o último filme bacana que você assistiu?
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