1. Bonita Avenue, por Peter Buwalda – tradução de Cássio de Arantes Leite
Alfaguara
Siem Sigerius, matemático, ex-judoca e reitor de uma universidade na Holanda, percebe uma ligeira semelhança entre a sua enteada Joni e a modelo/estrela pornõ de um site que costuma frequentar. Atordoado com a possibilidade, Sigerius precisa lidar ainda com a notícia de que o filho desajustado, preso por agressão, acaba de ser solto. Buwalda (des)constrói a saga de uma família em crise, alternando narrativas de três personagens, e vai, aos poucos, revelando suas características disfuncionais e sombrias. A trama é envolvente (mesmo que um pouco morna no princípio) e desenrola num crescente de suspense e vingança de tirar o fôlego. Impressionante. O livro ganhou quatro grandes prêmios literários na Holanda e vem sendo traduzido para vários países, sempre com grande sucesso de crítica (e parece que vai virar filme!).
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2. Os Buddenbrook, por Thomas Mann – tradução de Herbert Caro
título original: Buddenbrooks • Companhia das Letras
Publicado pela primeira vez em 1901, o livro conta a história de quatro gerações de uma família de comerciantes alemã, inspirada na linhagem do próprio escritor e situada numa cidade com todas as características de Lübeck, a terra Natal dos Mann. Começa nos tempos áureos da empresa familiar e, à medida que o tempo vai passando, acompanhamos o declínio moral e financeiro dos Buddenbrooks, com muitos acontecimentos marcantes no meio do caminho: nascimentos e funerais, casamentos e separações, sucessos e fracassos. Considerado um dos principais romances do século XX, essa crônica familiar é um retrato muito interessante e preciso da burguesia alemã, uma leitura leve (os capítulos são super curtos) e fascinante, que não entedia em nenhum momento. Admirável saber que Mann escreveu a saga (seu primeiro romance!) aos 25 anos.
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3. Cidade em Chamas, por Garth Risk Hallberg – tradução de Caetano W. Galindo
título original: City on Fire • Companhia das Letras
Uma estudante da N.Y.U. é baleada no Central Park na véspera do ano novo. O incidente, aparentemente aleatório, vai aos poucos revelando uma rede de intrigas e relacionamentos, que passa dos altos salões do dinheiro e do poder em Manhattan às ruelas de prédios abandonados do East Village. Os personagens são numerosos (e bem distintos entre si): um policial, um repórter, um fabricante de fogos de artifício, um punk, um banqueiro, uma assistente numa galeria, um professor, entre outros. Cada um tem a sua voz, mas o enredo é unico e captura bem a explosão social e artística dos anos 70 em Nova York. O livro é bem escrito e, sinceramente, não achei cansativo, apesar das mais de mil páginas. A leitura é fluida e interessante, mas não tão empolgante quanto eu tinha imaginado inicialmente. Mas não deixa de ser um bom livro.
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4. Você já teve uma família?, por Bill Clegg – tradução de Rubens Figueiredo
título original: Did you ever have a family? • Companhia das Letras
Da noite para o dia June Reid perde tudo. Ela é a única sobrevivente de um incêndio que mata toda a sua família na véspera do casamento de sua filha. Sozinha e sem rumo, ela atravessa o país de carro, para longe da sua cidade natal e do pesadelo que a sua vida se transformou. O livro é construído com os relatos e as lembranças dos sobreviventes. June, a mãe de seu falecido namorado, as proprietárias do motel de beira de estrada onde ela se hospeda… Juntos, esses depoimentos vão formando um mosaico que nos ajuda a entender o que realmente aconteceu naquela noite. Surpreendentemente o livro não é um festival de banalidades emocionais (ufa!). Apesar do pano de fundo trágico, o romance foca no passado complicado e cheio de segredos dos personagens ~ e em como essa conexão entre eles pode ajudá-los a superar o trauma e seguir em frente.
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