Um Dia de Cão (Dog Day Afternoon, dir. Sidney Lumet, 1975)
Numa tarde quente de verão um banco no Brooklyn é assaltado pela dupla Sonny e Sal. Antes que os assaltantes consigam sair levando o (pouco) dinheiro disponível na agência, eles são cercados por grande parte da força policial local. Em pouco tempo a situação se transforma num circo midiático e Sonny passa de fora-da-lei a herói popular. Baseado num assalto à banco real no início dos anos 70, o filme conta com interpretações espetaculares de Al Pacino e John Cazale. Impressionantemente a maioria dos diálogos foi improvisada. Dizem que o Pacino, durante as semanas de filmagem, dormia apenas 2 horas por noite, comia com moderação e tomava banhos gelados para enfatizar a aparência desgrenhada e exausta do personagem. Method acting puro. O filme capta o clima dos anos 70 de forma tão autêntica, que nenhuma reconstituição atual seria capaz de alcançar. Imperdível, assistam! Veja o trailer.
Punhos de Sangue (The Bleeder, dir. Philippe Falardeau, 2016)
Baseado na história real de Chuck Wepner, vendedor de bebidas e campeão dos pesos-pesados de Nova Jersey que inspirou Sylvester Stallone a escrever e interpretar Rocky (ganhador de 3 Oscars, incluindo o de Melhor Filme). O filme mostra os pontos altos da vida do lutador ~ fama, dinheiro, mulheres e a chance de lutar contra Muhamad Ali ~ e os pontos baixos, culminando na sua prisão por posse de cocaína. Mais do que um filme sobre boxe, trata-se da história de um homem lutando para permanecer no topo, incapaz de separar sua persona pública da sua vida real. Competentemente dirigido pelo Philippe Falardeau, mas não tão bom quando dois dos seus filmes anteriores, os simpáticos (e recomendados) Monsieur Lazhar, de 2011 e Congorama, de 2006. Veja o trailer.
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Um Homem de Família (The Headhunter’s Calling, dir. Mark Williams, 2016)
Dane Jensen é um headhunter com métodos profissionais pouco ortodoxos (e éticamente questionáveis), às vias de assumir a chefia da empresa onde trabalha, quando descobre que o filho está com uma doença grave. Obrigado a passar mais tempo com a família, Dane precisa decidir o que é mais importante: o emprego dos sonhos ou a estabilidade familiar. O típico caso do cara babaca, que vive para o trabalho, mas que, no fundo, é uma “boa pessoa”. Já vimos esse mesmo filme umas mil vezes, com pequenas variações. O papel mais interessante é interpretado pelo Alfred Molina, um engenheiro desempregado que não consegue voltar ao mercado de trabalho por estar perto demais da aposentadoria. Mas, se esse assunto te interessa, recomendo MIL VEZES MAIS assistir os ótimos O Valor de um Homem, do Stéphane Brizé (chorei litros) e Eu, Daniel Blake, do Ken Loach. Veja o trailer.
O Cidadão Ilustre (El ciudadano ilustre, dir. Gastón Duprat & Mariano Cohn, 2016)
Desde que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura Daniel Mantovani recusa sistematicamente novos prêmios e eventos ao redor do mundo ~ até receber um convite para voltar ao pequeno vilarejo na Argentina onde nasceu, a cidade-inspiração de todos os seus livros. Mas receber a medalha de Cidadão Ilustre de Salas pode não ser uma boa ideia, especialmente depois de ter retratado de maneira bastante crítica a vida provinciana da cidade, usando seus elementos e personagens como a fonte principal de suas histórias. O filme é uma comédia de humor negro, com uma aura de surreal e críticas certeiras (e cheias de humor) ao universo das artes e à noção de identidade. Gostei muito. Veja o trailer.
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Me conta aí nos comentários qual foi o último filme bacana que você assistiu! :)