Norman – Confie em Mim
(Norman: The Moderate Rise and Tragic Fall of a New York Fixer, dir. Joseph Cedar, 2016)
Norman Oppenheimer é um (pequeno) operador que sonha com o mundo do poder e do dinheiro de Nova York e com grandes esquemas financeiros, que nunca se tornam realidade (para ele). Sua vida muda radicalmente depois que conquista a amizade de um político, inicialmente em má fase, mas que vem a se tornar o Primeiro Ministro de Israel. O filme brinca com o jogo de favores e influência característicos do mundo da política e Richard Gere está perfeito no papel de um homem solitário, desesperado por ser aceito e, finalmente, embriagado pelo respeito que sempre desejou. Os personagens secundários também merecem destaque, especialmente Lior Ashkenazi como o político judeu e Hank Azaria, que aparece brevemente como um doppelganger de Norman, obrigando-o a ficar cara-a-cara consigo mesmo. Veja o trailer.
A Filha (The Daughter, dir. Simon Stone, 2015)
Christian volta para a casa de sua família depois de um longo afastamento, para o casamento do seu pai. Ele acaba se reconectando com um velho amigo de infância e descobrindo um segredo há tempos enterrado. Suas tentativas de colocar as coisas de volta no lugar (ou talvez um desejo subconsciente de destruição) ameaçam devastar as vidas de todos a sua volta. O filme é inspirado na peça “O Pato Selvagem”, de Henrik Ibsen e tem suas origens numa produção teatral que o próprio Simon Stone dirigiu anteriormente na Austrália. É um drama intenso sobre uma família à beira da ruína, um pouco como a região onde ele foi filmado, uma New South Wales completamente abandonada e triste. Melodramático e claustrofóbico (especialmente a segunda parte), com atuações brilhantes; recomendo! Veja o trailer.
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Stefan Sweig – Adeus, Europa (Stefan Zweig: Farewell to Europe, dir. Maria Schrader, 2016)
Episódios da vida do escritor austríaco de origem judaica Stefan Sweig em seus anos de exílio na América do Sul e nos EUA durante a implantação do regime nazista e a Segunda Guerra Mundial. Pacifista radical, conhecido por suas ideias utópicas de uma Europa unida e sem fronteiras nacionais, Sweig sentia-se impotente frente ao crescimento da intolerância e do autoritarismo. Na sua primeira viagem pelo Brasil apaixonou-se pelo país e, posteriormente, escreveu o ensaio “Brasil, país do futuro”. O filme também mostra os seus últimos meses de vida, em Petrópolis no Rio de Janeiro, onde escreve sua obra mais famosa, “Xadrez”. Importante demais relembrar esse momento obscuro da história, especialmente agora, quando os discursos de ódio e de intolerância crescem assustadoramente. Veja o trailer.
Além das Palavras (A Quiet Passion, dir. Terence Davies, 2016)
Filme-biografia da poeta americana Emily Dickinson que retrata desde os seus dias como estudante até os seus últimos anos, reclusa e doente. O filme é duro e melancôlico, um pouco como a vida das mulheres em geral no século XIX, mas especialmente para Emily, que se recusava a seguir as estritas regras sociais da era Vitoriana. Uma mulher e uma artista a frente do seu tempo, sem dúvida. O filme mostra que um dos elementos mais trágicos da sua vida foi não ter visto o seu trabalho e o seu talento ser reconhecido ~ apenas alguns de seus poemas foram publicados na época, em jornais locais (e, muitos deles, anonimamente). Para mim, foi uma introdução bem interessante ao universo poético e a vida da Emily. Veja o trailer.
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