Os quatro últimos… livros

Mini-resenhas dos livros: As Intermitências da Morte e Os Livros da Selva | Não Me Mande Flores

1. As Intermitências da Morte, por José Saramago
Companhia das Letras

Imagine a situação: de repente, num país fabuloso, a morte decide suspender as suas atividades. E o que parecia ser um feito incrível, começa a se provar um desafio logo nos primeiros dias: idosos e doentes agonizam em seus leitos, hospitais e asilos enfrentam superlotação crônica, as companhias de seguros entram em crise. Saramago usa a morte para falar sobre a vida e sobre a condição humana, com o humor e a sagacidade que lhe são caracteríscos. Gosto especialmente do trecho em que ele descreve a maneira da morte escrever, tão semelhante à sua própria: “(…) da sintaxe caótica, da ausência de pontos finais, do não uso de parêntesis absolutamente necessários, da eliminação obsessiva dos parágrafos, da virgulação aos saltinhos e, pecado sem perdão, da intencional e quase diabólica abolição da letra maiúscula“. Genial! 

2. Os Livros da Selva – Mowgli e outras histórias, por Rudyard Kipling – tradução de Julia Romeu
título original: The Jungle Books • Penguin-Companhia

O livro é um clássico, cuja história central a maioria de nós está mais ou menos familiarizada (graças ao filme da Disney de 1967): Mowgli é um menino achado na selva e criado por lobos, que vive uma infância cheia de aventuras, perigos e descobertas. Eu diria que o tema central do livro é a busca de Mowgli pela sua verdadeira identidade e pelo seu lugar no mundo ~ que é a busca de todo adolescente no final das contas. Essa edição conta com uma introdução incrível da Kaori Nagai, autora e professora, especialista no trabalho do Kipling, que nos ajuda a entender as histórias também como um reflexo das ideologias imperialistas do autor. De maneira bem resumida, a selva seria um espaço de amizade e hospitalidade na qual diferentes nações e raças convivem em harmonia (os súditos leais da colônia), sob a autoridade maior do homem branco, Mowgli (o governante imperial). Essa fantasia colonial acabou me tirando um tiquinho do prazer na leitura e me fez pensar que eu teria curtido mais as histórias se eu tivesse lido ainda criança, quando eu ainda tinha um restinho de inocência e fé na humanidade.

Mini-resenhas dos livros: As Irmãs Romanov e Como Curar um Fanático | Não Me Mande Flores

3. As Irmãs Romanov, por Helen Rappaport – tradução de Cássio de Arantes Leite
título original: Four Sisters • Objetiva

Uma reconstrução da vida da última família imperial russa, com ênfase na rotina das quatro jovens princesas: Olga, Tatiana, Maria e Anastácia. A proposta do livro é oferecer um raro olhar sobre a vida familiar das filhas do último tsar, suas personalidades, seus sonhos, suas inseguranças… Não se trata portanto de uma análise opinativa sobre a omissão do Regime Imperial com relação a população russa; ou sobre a subsequente Revolução Bolchevique ~ apesar desse ser o pano de fundo de toda a narrativa. Impossível não sentir empatia pelas adoráveis e (pasmem!) modestas princesinhas, especialmente quando já se sabe de antemão o seu destino trágico. Se você curte esse tipo de leitura histórica e tem interesse por esse período, também recomendo demais Os Três Imperadores, que já resenhei por aqui.

4. Como Curar um Fanático, por Amós Oz – tradução de Paulo Geiger
título original: How to Cure a Fanatic • Companhia das Letras

Amós Oz talvez seja o mais importante escritor israelense da atualidade ~ e um nome constante nas listas de possíveis candidatos ao Nobel. Esse livro (curtinho, com 104 páginas) reúne textos breves e poderosos sobre a natureza do extremismo e propõe uma aproximação respeitosa e pacífica para solucionar o conflito entre Israel e Palestina, tema central de sua obra como um todo. Interessantíssimo o argumento de Oz, que define o conflito não como uma guerra entre religiões e tradições, mas acima de tudo como uma disputa por território, só possível de ser solucionada com um doloroso compromisso de ambas as partes. Leitura obrigatória!

E vocês, o que andam lendo?
Confira outros títulos na Bibliolove – a biblioteca virtual do blog!

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garrafa de água bkr

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Acho que eu nunca vi uma campanha de garrafas de água tão caprichada quanto essa da bkr. E no site da marca tem outras opções lindas, uma tentação!

∴ info ∴
bkr website & instagram.

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Girl Crush: Felicitas Barresi

Felicitas Barresi fotografada por Mora Dorrego para a C-Heads Magazine Felicitas Barresi fotografada por Mora Dorrego para a C-Heads Magazine Felicitas Barresi fotografada por Mora Dorrego para a C-Heads Magazine Felicitas Barresi fotografada por Mora Dorrego para a C-Heads Magazine Felicitas Barresi fotografada por Mora Dorrego para a C-Heads Magazine Felicitas Barresi fotografada por Mora Dorrego para a C-Heads Magazine

Difícil não se apaixonar pela Felicitas Barresi, a.k.a. Fresi Power, depois de ver essas fotos incríveis tiradas pela Mora Dorrego para a C-Heads Magazine?

Styling by Pili Macridachis • Makeup & Hair by Eneritz Rojas

∴ info ∴
Felicitas Barresi instagram & tumblr.
Mora Dorrego website & instagram.
via C-Heads Magazine.

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Cacharel Anaïs Anaïs Premier Délice Noite Brasileira

Cacharel Anaïs Anaïs Premier Délice - Noite Brasileira

Imagine só uma fragrância criada pela Cacharel especialmente para o Brasil? Chique demais, né? O Anaïs Anaïs Premier Délice Noite Brasileira foi inspirado nas noites quentes de verão e no céu cheio de estrelas ao longo de uma exuberante selva brasileira. Super exótico ~ até para os padrões do Brasil, cuja grande maioria da população vive bem distante da selva.

A campanha reflete muito essa visão do exótico: uma mistura de tropical, psicodélico e samba-enredo. Uma verdadeira festa essa interpretação do Brasil pela marca. Como era de se esperar, a fragrância foi recriada com notas frescas e frutadas:

notas de topo
pêra, sorvete, bergamota e toranja

notas de coração
jasmim, frésia e lírio-do-vale

notas de fundo
cedro, almíscar e ambretone

Cacharel Anaïs Anaïs Premier Délice - Noite Brasileira | Não Me Mande Flores

O perfume é uma delícia. Imediatamente depois de borrifar a gente percebe o docinho ~ na medida ~ da pêra e a cremosidade do sorvete (seria, de repente, um sorbet de pêra?). A embalagem é um show à parte, um degradê de roxo e verde, representado as noites da Amazônia, num anoitecer tropical. Lindo! 

Cacharel Anaïs Anaïs Premier Délice - Noite Brasileira | Não Me Mande Flores

O preço sugerido do Anaïs Anaïs Premier Délice Noite Brasileira é de R$300 (100 ml) ~ e eu já vi para vender online na Sephora

Curiosos com essa nova versão de Anaïs Anaïs Premier Délice?

∴ info ∴
Cacharel website.

Mana’o Nani

Mana'o Nani | Não Me Mande Flores

A Patrycja e o Karol da Mana’o Nani têm o trabalho mais bonito do mundo: eles transformam sonhos em brinquedos. Porque somos todos crianças no interior, certo? ;)

Feliz dia das crianças! ♥

∴ info ∴
Mana’o Nani website & instagram

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