1. Um guarda-chuva para o dia de hoje, por Wilhelm Genazino – tradução de Marcelo Backes
título original: Ein regenschirm für diesen tag • Apicuri
O livro narra em primeira pessoa as impressões de um homem de meia-idade que trabalha como testador de sapatos de luxo em Frankfurt, na Alemanha. Seu trabalho é perambular pelas ruas da cidade e enviar relatórios detalhados a respeito de cada novo modelo lançado. Através das suas observações sobre a vida, conhecemos a rotina melancólica desse flâneur na cidade grande ~ e, ao longo do livro, vamos nos dando conta de que ele é, na verdade, uma grande metáfora do homem contemporâneo. Genazino é um autor alemão importantíssimo, ganhador de vários prêmios, incluindo o Büchner, recebido pelo conjunto de sua obra. Torcendo para a chegada de mais títulos dele por aqui.
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2. De que serve ser culto?, por Normand Baillargeon – tradução de Rosa Freire d’Aguiar
título original: Liliane est au lycée: est-il indispensable d’être cultivé? • Apicuri
Um pequeno (mas robusto) ensaio sobre a importância da “cultura geral” em meio ao oceano de informações que é a nossa vida atualmente. Falta de cultura é defeito? Quem afinal define o que deve ser lido, compreendido e assimilado por toda a sociedade? Esses e outros questionamentos, com muito bom humor, ironia e ótimas fontes (Chomsky, Deleuze e Montaigne, entre outros). Achei ótimo pensar além dos clichês e questionar certas “regras” culturais que não fazem mesmo muito sentido. As frases sobre o tema que o autor destaca no fim do livro são sensacionais também!
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3. Roube meu coração, por Susan Mallery – tradução de Thalita Uba
título original: Thrill me • HarperCollins
Preciso começar dizendo que eu, definitivamente, não sou a pessoa ideal para avaliar um chick-lit (aliás, eu detesto essa classificação). Dito isso, vamos lá: Maya é uma jornalista que, por circunstâncias da vida, precisa voltar para a sua cidade natal após um afastamento de 10 anos. Lá, reencontra (e passa a trabalhar com) um antigo amor, de quem tinha fugido no passado, por medo de se comprometer. A gente já sabe o que vai acontecer? Claro. Mas o que me deixou mais perplexa é a falta de profundidade: todos os personagens secundários parecem existir apenas como “escada” para o desenrolar da trama. Não existem camadas na história e o conflito é praticamente inexistente. O motivo para os dois personagens estarem separados é tão fraco que não justifica as quase 300 páginas do livro. Não rolou pra mim.
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4. Cem verões, por Beatriz Williams – tradução de Léa Viveiros de Castro
título original: A hundred summers: a novel • Fábrica231
Lily e Budgie, melhores amigas desde a infância, são duas jovens estudantes em 1931, com futuros (e amores) promissores pela frente. Mas algo terrível acontece, interrompendo bruscamente a amizade das duas. Sete anos depois, elas se reencontram numa temporada de verão, trazendo à tona toda a mágoa que estava adormecida. Me surpreendi positivamente com essa história que tem os anos 30 como pano de fundo. Além das questões centrais do livro ~ traição, tradições familiares, romance ~ a autora soube expor muito bem um panorama da alta sociedade da época (em especial, a situação das mulheres da elite norte-americana pré-Segunda Guerra). A narrativa vai alternando entre os fatos ocorridos em 1931 e 1938, deixando sempre um gostinho de quero-mais para o capítulo seguinte.
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E vocês, o que andam lendo?
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