Madame (dir. Amanda Sthers, 2017)
Durante os preparativos para um jantar em sua mansão em Paris, uma dondoca americana se dá conta que existem 13 lugares postos na mesa. Para evitar o azar do número 13, ela recruta Maria, sua fiel empregada doméstica, para ocupar o 14º lugar e interpretar o papel de espanhola misteriosa durante o evento. Mas ela não imaginava que um dos convidados, um negociante de obras de arte crucial para a prosperidade financeira da família, iria se apaixonar por Maria. Rossy de Palma sustenta habilmente essa comédia, com uma interpretação contida da criada que deseja ser amada por quem ela é e não pelo que ela faz. A Anne de Toni Collette, no entanto, me pareceu um tiquinho afetada demais, além do necessário para essa personagem já carregada com uma carga estereotípica pesada (a “madame” infeliz que não admite a felicidade da criadagem). Muita gente não gostou do final polêmico, mas eu particularmente me surpreendi positivamente com o choque de realidade (mas, definitivamente, não vai agradar os puristas do final feliz). Veja o trailer.
A Odisseia (L’odyssée, dir. Jérôme Salle, 2016)
Um recorte da vida do oceanógrafo e pesquisador Jacques-Yves Cousteau, da compra do seu famoso navio Calypso a sua ascensão como uma celebridade mundialmente conhecida (e seu posterior papel de conservacionista). O filme foca na dinâmica familiar, mais especificamente em como o seu status internacional pesou imensamente no seu casamento, e no conflito de Cousteau com o filho Philippe, que possuía uma visão ambientalista conflitante com os seus interesses na época. Essa opção de mostrar um Cousteau falho, bem diferente do herói celebrado pela mídia, tornou-o mais humano ~ menos personagem e mais real: ponto positivo para o filme. As cenas das aventuras aquáticas são lindíssimas e certamente vão despertar o explorador em você: eu saí do cinema desejosa por (pelo menos) um pouquinho de natureza. Veja o trailer.
♥
Em Pedaços (Aus dem Nichts, dir. Fatih Akin, 2017)
A vida de Katja entra em colapso após a morte do marido (curdo, de origem turca) e do filho numa explosão criminosa. Insatisfeita com o parecer do tribunal, ela decide fazer justiça com as próprias mãos. Todos os filmes do Fatih Akin tratam, de uma maneira ou de outra, da questão da imigração. Na maioria dos casos, com um certo grau de leveza e uma dose inteligente de humor, que servem de respiro para um tema tão controverso e difícil. Não é o caso desse filme ~ e ele é admirável justamente por isso. Em Pedaços é um filme duro, intenso, desses impossíveis de tirar os olhos da tela ~ em especial pela atuação memorável da Diane Kruger, que dá a sua personagem uma incrível profundidade emocional, sem exageros (o papel lhe rendeu o prêmio de Melhor Atriz em Cannes no ano passado). Inspirado em assassinatos xenófobos reais cometidos por neo-nazistas na Alemanha. Assistam! Veja o trailer.
Operação Red Sparrow (Red Sparrow, dir. Francis Lawrence, 2018)
Dominika Egorova é a primeira bailarina do Ballet Bolshoi, que por circunstâncias (mal explicadíssimas) do destino, se vê obrigada a atuar como uma Sparrow, agente da inteligência russa especializada em sedução (oi?). Aparentemente, treina-se uma pessoa aleatória por poucos meses e ela se torna uma prostituta de luxo/espiã internacional. O filme é uma espécie de Guerra Fria requentada: os americanos são competentes e agem em nome do bem-comum, os russos são torturadores sádicos. A “academia” de treinamento dos Sparrows é uma grande piada ~ definitivamente Charlotte Rampling não precisava disso nessa altura da sua carreira. Outro momento vergonha-alheia: Jeremy Irons como o general russo que perdeu a esposa porque a embaixada não permitiu a entrada de um médico americano que iria salvá-la. Sério gente? Propaganda política much? Veja o trailer.
♥
Qual foi o último filme incrível que você assistiu?
Deixe a sua dica nos comentários. :)