O Que Está Por Vir (L’avenir, dir. Mia Hansen-Løve, 2016)
Nathalie é uma intelectual, professora de filosofia numa universidade em Paris, que precisa lidar com uma série de perdas e, consequentemente, com uma sensação de abandono e liberdade que ela nunca experimentou antes. Um retrato sincero e cru da meia idade, numa interpretação delicada e impressionante da Isabelle Huppert, que mistura fragilidade e determinação (quase o oposto da indestrutível Michèle, que a atriz interpretou no mesmo ano no ótimo Elle). De maneira geral, achei que a parte “intelectual” foi pouco (ou mal) explorada, uma vez que o roteiro aborda muito rapidamente questões que poderiam ter sido mais centrais na trama, como a importância da filosofia, da política e da rebelião da vida de cada um. No final das contas, o filme acabou não me tocando profundamente. Veja o trailer.
Sicario: Terra de Ninguém (Sicario, dir. Denis Villeneuve, 2015)
Uma agente idealista do FBI é alistada por uma força-tarefa do governo para ajudar na guerra contra as drogas na fronteira entre os EUA e o México. A clássica disputa entre o good cop e o bad cop, que beira a ingenuidade do começo ao fim. Imagino que o filme só venha a surpreender aquela (pequena) parcela da população mundial que ainda não conhece o relacionamento incestuoso entre o governo americano e os cartéis de droga na América Latina. Veja o trailer.
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Branquinha (White Girl, dir. Elizabeth Wood, 2016)
Durante as férias de verão em Nova York, duas amigas universitárias (brancas) se mudam para um bairro predominantemente latino e passam a conviver com os jovens traficantes locais, num espiral alucinante non-stop de sexo, drogas e decisões ruins. O filme é bem gráfico e controverso, e foi inspirado em experiências da própria diretora. Leah, a personagem central, é uma mescla de irresponsabilidade, loucura e inocência, ultrapassando limites (perigosos, na maioria das vezes) e surfando uma onda gigantesca de privilégio branco. Recomendo ~ para os mais fortes. Veja o trailer.
A Qualquer Custo (Hell or High Water, dir. David Mackenzie, 2016)
Dois irmãos recorrem a um esquema desesperado para salvar o rancho de sua família no Texas: roubar várias filiais de um mesmo banco e juntar o suficiente para pagar a dívida. Um filme cujo grande vilão não são os “bandidos” e sim o sistema, representado pelos bancos, que se aproveitam de um cenário duramente atingido pela recessão e por uma indústria agrícola em falência para lucrar inescrupulosamente. Impossível não sentir empatia pelos irmãos, personagens dolorosamente trágicos e realistas ~ e também pela dupla de policiais que os persegue, encabeçado pelo (sempre) excelente Jeff Bridges, indicado a Melhor Ator Coadjuvante no Oscar desse ano pelo papel. O filme também está indicado em outras 3 categorias: Melhor Filme, Melhor Roteiro Original e Melhor Edição. Um western moderno (com cérebro), assistam! Veja o trailer.
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Que filmes bacanas vocês assistiram nos últimos tempos?
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