1. Sonhos partidos, por M.O. Walsh – tradução de Alexandre Martins
título original: My sunshine away • Intrínseca
A vida de um pequeno bairro bucólico em Baton Rouge, capital do estado da Louisiana muda repentinamente no verão de 1989, quando Lindy Simpson, uma adolescente alegre e estrela das pistas de corrida é estuprada em frente de casa. Ao todo, são quatro os suspeitos do crime, entre eles, o narrador da história: um jovem obcecado por Lindy, que mora a apenas duas casas de distância. Uma dessas histórias envolventes, que a gente não consegue largar até saber finalmente o que aconteceu. Mas o aspecto do crime (e o suspense da revelação do culpado) não é o único atrativo do livro. As reflexões do narrador sobre a juventude, a culpa e o amor, entre outros aspectos da vida, fazem do livro uma experiência intensa e comovente. Nada mal para um livro de estreia.
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2. Filme Noturno, por Marisha Pessl – tradução de Alexandre Martins
título original: Night film • Intrínseca
O livro acompanha a investigação do jornalista Scott McGrath sobre o suposto suicídio da filha do popular diretor de filmes de terror Stanislas Cordova. A jovem foi encontrada morta em um armazém abandonado em Manhattan, mas Scott acredita existir um mistério não revelado por trás da tragédia, assim como por trás da vida do diretor, não visto em público há mais de 30 anos. Assim como Scott, nós leitores vamos aos poucos sendo atraídos para o mundo misterioso e hipnótico de Cordova. A autora pontua a trama com recortes de jornais, páginas da internet, relatórios policiais e outros artifícios que dão uma sensação real de investigação e agilidade ao livro. Dá para sentir um pouco do clima da história assistindo o book trailer. Não fiquei particularmente empolgada com a trama, mas o livro tem sim vários momentos dignos de um ótimo thriller de suspense (e os direitos de adaptação para o cinema já foram comprados, by the way).
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3. O Jantar, por Herman Koch – tradução de Alexandre Martins
título original: Het Diner • Intrínseca
Depois de ler o Casa de Praia com Piscina e ficar super impressionada, quis ler esse outro livro do autor holandês, que foi super comentado (e elogiado) por aqui. A história se passa durante um jantar, num restaurante sofisticado em Amsterdam. Dois casais conversam sobre amenidades, até que o real motivo do encontro vêm à tona: algo terrível que os seus filhos fizeram e que precisa ser discutido. Achei o estilo da narrativa (narrador-personagem, sarcástico, observador e com uma mente feroz) bem semelhante ao de Casa de Praia com Piscina. O desenrolar da história e o desfecho final são tensos e surpreendentes. Para terminar o livro com pouca fé na humanidade (mas bastante fé na habilidade de Koch como escritor). Torcendo por mais traduções do autor para o português.
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4. Os Lança-Chamas, por Rachel Kushner – tradução de Claudio Carina
título original: The flame throwers • Intrínseca
Reno é uma jovem artista disposta a transformar o seu fascínio por motos e velocidade em arte. Ela começa a namorar um artista plástico mais velho, herdeiro de um império de pneus e motocicletas italianos, no meio do turbilhão que foi a Nova York dos anos 70. Movimentos radicais, artísticos, o submundo da política de classes, da clandestinidade e do terrorismo, o livro trata de tantas questões interessantes que fica difícil enumerar todas aqui. Não estava esperando um livro tão bom, feminista (sem apelar para os clichês) e transformador, com uma protagonista vulnerável e, ao mesmo tempo, destemida e determinada. Foi eleito o melhor livro do ano de 2013 pela New York Magazine e listado entre os 10 melhores livros do ano pelo The New York Times Book Review. Merecidíssimo, um dos melhores livros que li nos últimos tempos, sem dúvida.
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