
Uma seleção de belíssimos produtos da Goodies, uma loja na Califórnia que vende utensílios e itens de decoração por até 25 dólares. Tudo de muito bom gosto, não acharam?
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Caiu do céu em uma quinta-feira.
Ninguém sabia de onde vinha.
Ninguém sabia o que poderia ser.
Mas todo mundo concordou que era a coisa mais incrível que já tinham visto.
A rotina de um jardim e de seus pequenos moradores é perturbada quando um estranho objeto redondo e colorido cai do céu. Seria uma bola de chiclete? Talvez uma estrela cadente (ou até mesmo um pequeno planeta). Alguém duvidou que ela tivesse caído do céu, só poderia ter surgido do chão, como uma flor. Cada bichinho vai dando a sua opinião ~ e é claro que nenhum deles poderia adivinhar que se tratava mesmo de uma linda bolinha de gude.
O mais curioso (e engraçado) é que nem o meu filho adivinhou do que se tratava o objeto. Também pudera, nunca viu uma bolinha de gude na vida, olha só que absurdo! Tive que explicar para ele o que era e como se joga. Onde é que se vende bolinha de gude hoje em dia gente, alguém sabe? Essas crianças modernas não sabem de nada mesmo… hahaha! ;)
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Para a surpresa de todos, na manhã seguinte o esperto Senhor Aranha começa a afirmar que a Maravilha do Céu é dele e, pasmem, começa a cobrar ingressos para exibi-la. No começo foi uma folha por pessoa, depois o valor aumentou para duas. Quanto mais as filas cresciam, maior o preço do ingresso. Não tinha mesmo como isso dar certo por muito tempo.
Depois que a Maravilha é levada de volta para o céu por uma criatura de cinco patas (a mãozinha de uma criança, muito gracinha!), o Senhor Aranha se vê sozinho, sem ajuda para recomeçar. Mas como não existe criatura mais paciente do que uma aranha, ele vai descobrir uma maneira de dar a volta por cima e atrair novamente a sua clientela.
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As ilustrações dos irmãos Fan são incríveis. Eles privilegiam o preto e branco para destacar a beleza e o exotismo da bolinha de gude (e de diferentes elementos ao longo da história, como as folhas de “pagamento” e outras maravilhas do céu). Os animais são ao mesmo tempo realistas e lúdicos e as paisagens noturnas são especialmente bonitas, com o clarão da lua e o brilho dos vaga-lumes. O livro tem uma estética um pouco mais escura e carregada do que estamos acostumados dentro do universo infantil, mas nem por isso menos interessante e sedutora. Eu gostei muito.
A história tem como primeiro elemento a brincadeira de achar graça do que os animais imaginam ser a Maravilha do Céu (e ajuda muito se a criança estiver familiarizada com uma bolinha de gude, não preciso nem falar, né?). Em seguida somos apresentados a um segundo tema, da ganância e da exploração, quando o personagem do Senhor Aranha vê no objeto desconhecido uma maneira de explorar os demais e lucrar.
O mais curioso é que o final da história pode ser interpretado de duas formas. O Senhor Aranha acaba descobrindo uma maneira de capturar novas maravilhas do céu ~ mas não fica claro se ele vai continuar explorando a ingenuidade dos outros animais ou não. Eu acabo privilegiando um final mais feliz nas leituras para o meu filho, mas a verdade é que eu acredito que os autores tenham insinuado um desfecho mais “vida real” mesmo para a história, usando o Senhor Aranha para expor sutilmente o caráter explorador do capitalismo.
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Quem tiver interesse em conhecer o livro por dentro e não tiver uma livraria por perto, pode assistir a esse vídeo dos autores lendo a história (em inglês). A edição brasileira da Catapulta Junior é super bonita, tem formato grande (25 x 25 cm) e capa dura.
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Maravilha do Céu, por Terry Fan e Eric Fan
52 páginas (capa dura) • Catapulta Junior
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As mochilinhas da State foram criadas para o público infantil, mas vai dizer que você não ia amar sair por aí com uma dessas? Muito lindinhas (e eu adoro esse formato mini)!
Eu tenho uma verdadeira paixão por objetos bacanas de cozinha, em especial pela categoria paninhos lindos: guardanapos, panos de prato, toalhas de mesa, jogo americano (avental eu confesso que não ligo muito). Inclusive reza a lenda que eu tenho um ponte desses paninhos bem guardados e que morro de pena de usar. #sorrynotsorry ;)
Não me lembro quando “esbarrei” com a Blueberry Casa pela primeira vez ~ foi provavelmente uma sugestão do Instagram ~ mas sigo apaixonada desde esse dia. Não são os paninhos mais lindos (e elegantes e bem feitos) que vocês já viram?
Uma linda recomendação para quem gosta de histórias simples, mas muito sensíveis. Invisível, escrito por Tom Percival, é um livro (recomendado para crianças de 5 anos ou mais) que trata de um tema raramente abordado na literatura infantil: a pobreza. Não é um assunto fácil ou agradável de conversar com os pequenos, especialmente porque nós, como pais (ou tios, avós etc) gostaríamos de ter o poder de blindar as nossas crianças de todos os problemas do mundo ~ mas acho MUITO importante introduzir o assunto e mostrar para eles que existem outras tantas realidades, muitas vezes mais perto do que a gente imagina ou gostaria.
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Isabel é uma menina feliz, que sempre vê o lado bonito da vida. Ela sabe que a família não tem dinheiro para muitas coisas, mas sabe também que eles têm a coisa mais importante de todas: uns aos outros. Um dia seus pais simplesmente não conseguem pagar o aluguel e todas as outras contas, por isso precisam deixar a casa onde moravam, onde tinham todas as suas lembranças felizes.
Morando do outro lado da cidade, numa parte fria, triste e solitária, Isabel começa a se sentir invisível. Ninguém parece notá-la, as pessoas passam por ela como se ela não existisse. Com o passar do tempo ela começa a notar algo que nunca tinha percebido antes: outras pessoas invisíveis! MUITAS. A velha senhora que planta flores em latas vazias de tinta, o homem que dorme no banco e alimenta os pássaros no parque… E todos parecem tão sozinhos. :(
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É aí que Isabel decide ajudar: planta flores, alimenta os animais de rua… Esse movimento atrai outras pessoas ~ e quanto mais pessoas chegavam, mais elas podiam ser vistas! A menina descobre que fez algo muito especial, uma das coisas mais difíceis que alguém pode fazer: a diferença.
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O livro é um amor e a mensagem é belíssima. Começa num lugar absolutamente devastador e termina numa nota mais do que positiva, com uma sensação de que o final feliz é possível, apesar das adversidades. Pequenos gestos podem SIM fazer a diferença, inspirar mudança e participação. É bonito demais ver a comunidade se organizando e se ajudando nas pequenas tarefas e observar como essa transformação vai ganhando vida nas ilustrações.
Fiquei apaixonada pela história e recomendo demais para crianças (e adultos) de todas as idades. Para quem ficou curioso e quiser dar uma olhadinha em como o livro é (lindo) por dentro, vale a pena assistir esse vídeo (em inglês) onde o próprio autor Tom Percival narra a história. A versão brasileira do livro, editada pela Catapulta Junior é igualmente linda.
Invisível, por Tom Percival
32 páginas (capa dura) • Catapulta Junior
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